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"Alice era um garota de grandes sonhos, sonhava em voar e ter ao lado dela uma boa companhia, que estivesse ali sempre para o que ela precisasse. Ela queria alguém muito especial, e este certo alguém escolhido, já era algo imaginado em outras ocasiões, aliás, ele já ocupara os robustos pensamentos de Alice mais tempo do que devia. Os sentimentos dele, porém, estavam aquém dos sentidos por ela. O garanhão chamava-se Julius, era alto, bonito e extremamente inteligente na arte de amar, um verdadeiro galanteador, um aspecto negativo em sua personalidade. Alice precisava e queria de uma companhia para toda a vida, porém esse não era o objetivo de Julius, ele não tinha interesse em firmar compromissos, mas, ao mesmo tempo, queria ter sempre com quem contar. Julius não era de uma só mulher, era de várias. Alice, sabendo de tudo isso e contentando-se com a escolha do rapaz, resolveu seguir sua vida.
O tempo passou e Alice amadureceu, determinou metas em sua vida, os sonhos agora tinham data e local para acontecer, tudo ia bem na vida da jovem até que o destino resolveu colocar novamente o rapaz em sua vida
. - Obra do acaso? - perguntou a menina para si mesma.
E novamente questionou:
- Como pode? Eu já havia me decidido, já tinha superado isso e agora me reaparece novamente fazendo renascer todo aquele sentimento adormecido?
Alice estava confusa, mas se fez forte e continuou a seguir seu caminho. Ela começou a caminhar rápido demais, como em fuga. Atrás dela o rapaz andava percorrendo o mesmo caminho, ele ainda não havia percebido que quem estava na sua frente era aquela bela jovem que algum dia havia pertencido à sua vida. Alice olhou para trás e percebeu que ele estava distraído e que ainda não havia notado sua presença, ela então resolveu caminhar mais lento, apenas os passos, pois, o compasso do seu coração batia rápido, procurando uma resposta para dar ao pensamento daquela mulher com sentimentos de menina. Alice não parava de pensar no que fazer, no que dizer, levava suas mãos ao rosto como forma de tentar esconder o que era quase impossível. Uma leve brisa passou por ela levando o seu cheiro até Julius, ele muito perspicaz, sentiu um suave cheiro de rosa, um doce e suave cheiro que logo trouxe a sua lembrança o rosto daquela linda menina, branca, de cabelos longos e vermelhos, vermelhos da cor da paixão. E só havia uma pessoa que Julius levava em seus pensamentos, era Alice. Mesmo conhecendo tantas mulheres ele sabia que somente por ela ele largaria tudo, mesmo assim, por medo ele não se rendia aos doces encantos da jovem. Percebendo que era ela quem estava diante dele, o rapaz começou a caminhar mais rápido e, sem pensar, gritou por ela:
- Aliiiiiiiice.
Alice, mesmo trêmula, preferiu não responder, apenas parou.
O mundo parecia que havia parado, estavam os dois ali novamente, agora, porém, de forma diferente, não se tratavam apenas de dois jovens imaturos, ali estava um homem em busca de uma bela mulher. Alice olhou para trás e firme olhou dentro dos olhos de Julius, um olhar
penetrante onde as palavras faziam desnecessárias.
Naquele instante ele sorriu para ela e disse:
- Eu sabia que era você, eu sabia que um dia ainda iria lhe encontrar e que não seria tarde demais. Mas não irei negar que senti muito medo de nunca encontrar você. Alice deu um breve sorriso, daqueles tímidos, disfarçando o alvoroço que estava seu coração. A felicidade, quase não contida em seu peito, a vontade que ela tinha era de gritar, de pular, mas ela simplesmente, e sabiamente, apenas concordou com as palavras ditas. Naquele instante o que ela menos precisava era dar uma declaração de amor a ele, pois tudo que ela queria estava diante de seus olhos, um presente do tempo. E ela só tinha que sentir o momento, então não precisava mais caminhar sozinha, pois agora tinha com quem contar, agora Julius estava ao seu lado. Ele, mesmo longe, sempre pertenceu a ela, porém iria estar agora ao lado dela, pois era tempo certo, da maneira certa.
É preciso entender as artimanhas do tempo: a hora certa sempre chega
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